terça-feira, 26 de março de 2013

RESENHA DO: RELATÓRIO DE PESQUISA INTERVENÇÕES INSTITUCIONAIS NO GERENCIAMENTO DO ESTRESSE EM SERVIDORES DA SEGURANÇA PÚBLICA DE SANTA CATARINA

Boas condições no ambiente de trabalho conduzem a uma maior produtividade das pessoas e favorecem seu funcionamento social. Por outro lado, um ambiente de trabalho disfuncional pode diminuir a produtividade, comprometer o desenvolvimento do trabalho e produzir insatisfações sociais e até mesmo influenciar o desenvolvimento de doenças ocupacionais. Neste estudo, os fatores que influenciam o estresse ocupacional e afetam as relações sociais e de trabalho dos servidores da Policia Civil e Militar são pesquisados através da percepção de um grupo de operadores de saúde. constituído por diversos profissionais que direta ou indiretamente estão envolvidos no processo de Licença para Tratamento de Saúde (LTS). Os participantes foram 28 operadores de saúde (16 homens e 12 mulheres), dos quadros de saúde e administrativos das seguintes instituições: Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros. Os resultados indicaram que os transtornos mentais e comportamentais são a principal causa de LTS e estão fortemente relacionados ao estresse profissional. Buscando analisar a existência de ações e estratégias institucionais para resolver ou minimizar o problema em corporações similares, bem como sugerir outras ações que possibilitem a melhoria das condições de trabalho, para os servidores da Segurança Pública.
Trata-se do estudo das intervenções institucionais no gerenciamento do estresse. identificou no dia-a-dia de trabalho a relação freqüente entre o estresse decorrente da função policial e o adoecimento e, conseqüentemente, o afastamento do serviço por problemas de saúde. A partir dessa constatação e da experiência acumulada pelo grupo, foi criado o Serviço de Atendimento Psicológico aos policiais civis de Santa Catarina, cujo objetivo cujo objetivo principal é minimizar as conseqüências da exposição diária destes profissionais ao estresse.
Pesquisas na literatura internacional confirmam que a função policial é uma das mais estressantes no universo do trabalho. (WILSON, J.Q. & KEELLING, G.L: 1982; Mc CREARY, D. & THOMPSON, M: 2004).
A palavra “Estresse” vem do inglês “Stress”. Esse termo foi usado inicialmente na física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. O uso do termo na medicina e na biologia passou a significar esforço de adaptação do organismo para enfrentar situações que o indivíduo considere ameaçadoras a sua vida, um novo contexto ou mudanças de um modo geral, para a promoção do seu equilíbrio interno. Segundo VIEIRA (2003), para alguns autores, “o estresse é uma reação que o indivíduo experimenta (de acordo com suas crenças e valores) ao criar uma situação que ele não consegue mais suportar, provocando manifestações de ordem emocional, social e psicológica” (p. 4). São várias as situações universalmente consideradas estressantes e estão relacionadas a eventos críticos que são definidos como eventos de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica, que provocam sintomas evidentes de perturbação na maioria dos indivíduos. São os desastres naturais como enchentes, avalanches, explosões vulcânicas, tsunamis, bem como outras situações que demandam grande mobilização física e emocional: ataques terroristas, seqüestros, acidentes com múltiplas vítimas, acidentes envolvendo crianças, assaltos e outros. No caso dos profissionais de Segurança Pública a literatura descreve ainda como eventos críticos a morte de companheiro de trabalho, risco real de perda da vida, participar de um confronto armado, provocar a morte de alguém.
Estresse e atividade policial:
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho o estresse profissional é uma das maiores ameaças à saúde deste século.
As formas comprometedoras de saúde, neste âmbito são o estresse agudo e o estresse pós-traumático, gerados por eventos críticos. Outra conseqüências considerada marcante do estresse ocupacional é conhecida como Síndrome de Burnout ou Síndrome de Desistência. Fatores como pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe, estão aparentemente associados ao desenvolvimento desta síndrome. existe um alto índice de “burnout” entre os policiais e que isto pode ser caracterizado por exigir contatos interpessoais muito intensos com o público.
Pesquisas sobre o comportamento humano revelam que no momento em que o indivíduo coloca sua vida em risco, ele vive uma situação de estresse, pois enfrenta um desequilíbrio biológico onde componentes físicos e psicológicos se manifestam. A repetição deste desequilíbrio biológico manifesta-se especialmente “em forma de absenteísmo, alcoolismo, problemas emocionais, mudanças inexplicáveis na eficiência, desempenho irregular, impaciência com a população que atende e erros técnicos graves” (Lipp, 1996:206).
Lipp (1996) coloca que os policiais são os profissionais que mais sofrem de estresse, pois estão “constantemente expostos ao perigo, à agressão e à violência, devendo freqüentemente intervir em situações de problemas humanos de muita tensão”.
A natureza do trabalho pode trazer efeitos nocivos ao trabalhador e fatores como o ambiente, jornada de trabalho, hierarquia, recursos materiais, remuneração, crescimento profissional, satisfação com o trabalho em geral, entre outros, podem ser considerados como agentes estressores ocupacionais.
O papel do profissional de segurança pública no contexto atual:
Os Policiais Civis e Militares e Bombeiros Militares do Estado lidam, diuturnamente, com questões complexas e desgastantes, via de regra não são bem remunerados e nem sempre contam com o apoio das chefias imediatas. Aliada a esta realidade, as instituições de Segurança Pública oferecem poucas oportunidades de cuidados com a saúde física, mental e emocional de seus integrantes. a baixa remuneração (o que gera preocupação), a falta de efetivo (o que aumenta a sobrecarga de trabalho), as péssimas condições de trabalho (o que leva a um grau de incerteza na prestação do serviço), e o desvio de função (o que pode ser um fator de frustração). Aspectos que podem agravar a saúde profissional.
CUIDADOS RELATIVOS A SAÚDE MENTAL DO POLICIAL NO PROCESSO DE ADMISSÃO, DURANTE FORMAÇÃO E NA VIDA FUNCIONAL, ESPECIALMENTE QUANDO EM LTS:
Com relação à existência de medidas preventivas para a saúde mental do policial que ingressa na instituição, a grande maioria dos entrevistados afirmou não existir.
Sugestões dos entrevistados para aprimorar o processo de obtenção da LTS dos policiais, organizadas por categorias:
1. Programas de Tratamento de Saúde do Policial em LTS:
1.1. O Médico Assistente deve conhecer os critérios com relação ao tempo de afastamento do policial, bem como ter maior clareza do diagnóstico;
1.2. Acompanhar o policial civil, o policial e bombeiro militar, durante a Licença de Tratamento de Saúde até o retorno ao trabalho. Destacou-se a importância do espaço físico “... local que também permita, porque tem que ter o sigilo, tem a ética profissional, então tu tens que ter um local que atenda a isso...” (16e);
1.3. Integrar os profissionais da Psicologia e da Psiquiatria nos casos de saúde mental;
1.4. Conceder período de LTS sem prejuízo financeiro para o policial; sobre o assunto há
relato: “Então é assim, é como uma faca de dois gumes porque a pessoa precisaria estar afastada do trabalho, fica sem hora extra, tem que comprar remédio e o salário diminui. (...) Isso gera estresse, né? Muito grande também...”(19b);
1.5.Encaminhar para a Perícia Médica o posicionamento da chefia sobre a situação
funcional do policial.
2. Programas de readaptação funcional:
2.1 Buscar alternativas para os policiais que não apresentam aptidão para o cargo ao
qual estão efetivados.
 3. Programas de prevenção, promoção e de educação em saúde:
3.1.Formalizar os Programas de Gerenciamento do Estresse e de Dependência Química;
3.2. Implementar o Serviço de Medicina Preventiva e Saúde ;
3.3. Implementar uma Política de Segurança e Medicina do Trabalho com realização de
exames periódicos a cada ano ou dois;
3.4. Facilitar o acesso dos policiais para tratamentos preventivos;
3.5. Promover palestras de esclarecimento e conscientização sobre problemas de Saúde
Mental;
3.6. Orientar sobre os tipos de concessão de licença e benefícios;
3.7. Promover ações que reduzam as doenças causadas pelo trabalho. Pois conforme
afirmam um dos entrevistados : “à medida que o servidor vai tirando mais licenças o psicológico dele vai piorando”;
3.8. Promover parcerias com as associações e sindicatos;
3.9. Criar equipes de profissionais da saúde nos quartéis. Segundo relato de psicólogo
da Polícia Militar: “A organização deveria manter nos seus quartéis já uma equipe multidisciplinar ou interdisciplinar, como queira, que pudesse acompanhar os tipos de ocorrência, ou o envolvimento da tropa em determinada atividade, em determinado trabalho... que cada batalhão tivesse o seu Esquadrão de Saúde. Lá tivesse cardiologista, clínico geral, psicólogo, sociólogo, assistente social que pudessem estar próximos da intervenção. Então hoje se descobre o sujeito doente na doença...”
 4. Programa de Admissão e Acompanhamento ao Estágio Probatório:
4.1.Incluir os aspectos psicológicos do policial civil avaliado no seu processo de admissão, igualmente como acontece com os dados de saúde física;
4.2. Acompanhar o estágio probatório: “Acompanhamento sistemático e criterioso durante o estágio probatório da condição do policial para a função a qual ele prestou concurso.
Talvez a gente prepararia melhor seu desempenho ao longo da carreira”
4.3. Aprimorar o processo de admissão do policial na instituição;
4.4. Vincular todos os processos de seleção de pessoal diretamente ao RH da corporação.
 5. Aprimoramento da Perícia Médica para concessão de Benefícios:
5.1. Implantar Juntas Regionais para agilizar o processo de obtenção de LTS;
5.2. Ampliar o atendimento psicológico para o todo o Estado;
5.3. Aumentar o número de funcionários da JMC;
5.4. Incluir médicos psiquiatras na Junta Médica do Estado;
5.5. Informatizar os prontuários e favorecer o acesso ao banco de dados para a realização de estudos objetivando minimizar o sofrimento da população policial;
5.6. Proporcionar comunicação direta entre a Perícia e as chefias no acompanhamento do policial;
5.7. Conhecer a situação de saúde do policial, através do seu setorial, para orientação adequada;
5.8. Lotar as psicólogas da PC no RH da Secretaria: “...acho que deveria ter psicólogas. As psicólogas acompanhando inclusive o retorno daquele funcionário que é readaptado”;
5.09.Criar convênios para psicoterapia para tratamento psicológico do policial;
5.10. Avaliar demandas e fazer pesquisas.

Autores do: Christianne E. Leal R. da Silva, Elisabeth Mª F. Cantelli, Fabiana Motta, Jussara S. Medeiros, Lílian B. Manara, Luiza Maria Amorim, Maria Beatriz N. Periard, Maria Cristina d’Avila de Castro – Coordenadora, Mariana V. Santos Kotzias, Theóphilos Rifiotis (Coordenação Geral e Supervisão).

Resenhista: FSant'Anna

sexta-feira, 22 de março de 2013

Artigo: A Importância do Inquérito Policial

Autora: Millena Coelho Jorge Albernaz

Pode-se afirmar que o Inquérito Policial possui histórico longo e remete-se à Inquisição europeia, onde nasceu o processo secreto, no século XII.
No começo, os Tribunais Inquisitoriais não faziam distinção entre crimes eclesiásticos e crimes comuns, mas com o fim da influência do clero, começou a haver uma distinção entre tais naturezas.
No Brasil colonial, até abril de 1821, a justiça esteve ligada a Portugal, e o Príncipe Regente, D. Pedro, foi quem criou os primeiros tribunais no país e, logo após descumprir ordem da Corte portuguesa de que se extinguissem tais tribunais, consolidou-se a independência judiciária e política do Brasil.
Tem-se que, em 3 de dezembro de 1841, foi editado Decreto-Lei alterando a Constituição do Império e, assim, surge a figura do inquérito policial, não com este nome, que só seria adotado em 20 de setembro de 1871. Mas, o referido decreto-lei dava obrigações aos Chefes de Polícia de que remetessem todos os dados e provas colhidas sobre algum delito ao juízo competente, para que este formasse a opinião sobre o caso, algo bem parecido com o nosso mais expressivo sistema de investigação preliminar, o inquérito policial.
Sendo assim, de fato já existia em 1841 um sistema de investigação preliminar para munir o juízo de provas e informações sobre o fato delituoso, mas formalmente o Inquérito Policial só foi criado em 1871.
O Inquérito Policial que conhecemos em nosso ordenamento atual é diferente do Inquérito do século XIX. Ele foi construído com as bases históricas anteriores e regulamentado em 1941, com a criação do nosso vigente Código de Processo Penal.
Daquele tempo ao atual houve inúmeras mudanças no ordenamento jurídico nacional, além de haver decorrido mais de meio século, regimes autoritários entraram e saíram, e, finalmente, veio a promulgação da Constituição Federal de 1988, a qual conferiu ao indivíduo um amplo e vasto rol de direitos e garantias coletivos e individuais.
Com a Carta Magna de 1988, definiram-se as organizações policiais e, principalmente, atribuiu-se à polícia judiciária (Polícia Civil e Federal) a responsabilidade para realizar a atividade de investigação criminal.
Nesse contexto, mostra-se que a intenção do constituinte foi pugnar por uma investigação criminal respeitosa aos direitos individuais e voltada à efetiva realização da justiça, ao estabelecer que são competentes para tanto os operadores do direito, cuja investidura nos respectivos cargos que compõem as polícias judiciárias, lhes autoriza o exercício desse fundamental mister, por meio de instrumento legal e de importância ímpar, denominado inquérito policial.
Portanto, a partir daí, quaisquer tentativas de retirar do presidente do inquérito, Delegado de Polícia de carreira, sua prerrogativa constitucional, deve ser vista como afronta ao Estado Democrático de Direito, ao processo histórico do país, não coadunando com os princípios constitucionais expressos no texto de nossa tão sonhada Constituição Cidadã.
Fere-se, por conseguinte, o § 4º art. 144 da Constituição Federal , que, como foi explicitado, atribui à Polícia Judiciária, chefiada por delegado de polícia de carreira, a atividade de investigação criminal.
Cumpre salientar que o Supremo Tribunal Federal já decidiu, nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade nºs. 2427 e 3614, que “a presidência do inquérito policial é do delegado de polícia”.
Vale ressaltar que, por inúmeras vezes, por intermédio de propostas de emenda à Constituição, objetivou-se conquistar funções próprias dos Delegados de Polícia quanto à investigação criminal, sendo que essa iniciativa de outra carreira jurídica sempre foi rejeitada pelo Congresso Nacional.
De outra parte, não é razoável imaginar que a instituição responsável por investigar é a mesma instituição responsável por acusar.
A Polícia Judiciária, por não ser parte, não se envolve e nem se apaixona pela causa investigada. Em consonância com o sistema de persecução criminal acusatório, adotado no Brasil e que se caracteriza por ter, de forma bem distintas, as figuras dos profissionais que investigam (delegado de polícia), defendem (advogado), acusam (integrante do Ministério Público) e julgam (magistrado) o crime.
Esses papéis não podem ser invertidos nem fundidos, sob pena de provocar o desequilíbrio na relação processual criminal.
Além disso, os procedimentos investigatórios instaurados pelo Delegado de Polícia de carreira submetem-se ao devido controle e acompanhamento do Ministério Público, assim como o Conselho Nacional de Justiça está atento às atividades do Judiciário.
Na linha do que foi exposto, observa-se, no contexto de organização social, a importância do inquérito policial, como peça fundamental na elucidação dos fatos criminosos, individualização da autoria e de todas as circunstâncias decorrentes da infração penal, impedindo que se impere na sociedade o sentimento de impunidade.
Nesse diapasão, temos que o Inquérito Policial não é um simples e aleatório coletor de provas; representa a formalização de todo um processo de investigação criminal, que constitui um conjunto de métodos, técnicas e procedimentos especializados, destinados a levantar a materialidade e autoria de uma infração penal e que irá fundamentar uma futura condenação.
Portanto, a dedicação dos membros da Polícia Judiciária do início ao fim de uma investigação é extremo e não pode ser desmerecido, pois são estes profissionais que têm o contato, por vezes, imediato com o fato criminoso e, a partir de suas percepções, inicia-se a ciência da investigação criminal, buscando o saber e a descoberta da verdade, restabelecendo a ordem e a paz no convívio social.
A valorização deste trabalho e destes profissionais representa a valorização do ser humano e do próprio ordenamento jurídico constitucional. Afinal, como acusar e julgar sem conhecer os fatos? 

Articulista - Millena Coelho Jorge AlbernazDelegada de Polícia.

fonte: secretaria de segurança pública do Tocantins
site:
http://www.ssp.to.gov.br/portal/artigo.php?i=8f1330138c24d94eae8442df73c89a51

segunda-feira, 18 de março de 2013

Resumo do livro: Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal (de: Allan e Barbara Pease)

Há três classes de movimentos observáveis: os faciais, gesticulares e os de postura. Embora possamos categorizar estes tipos de movimentos, a verdade é que estão fortemente entrelaçados, e muito freqüentemente se torna difícil dar um significado a um, prescindindo dos outros.
A interpretação da postura
A postura é a chave não verbal mais fácil de descobrir, e observá-la pode ser muito interessante.
Acredita-se que duas pessoas que compartilham um mesmo ponto de vista, acabam compartilhando também uma mesma postura.
Da mesma maneira que as posturas congruentes expressam acordo, as não congruentes podem ser utilizadas para estabelecer distâncias psicológicas.
Um investigador observou que quando um homem se inclina levemente para frente, com as Costas um pouco encurvadas, provavelmente simpatiza com a pessoa que está com ele.

O conjunto de gestos
Um dos enganos mais graves que um novato na linguagem do corpo pode cometer é interpretar um gesto isolado de outros e das circunstâncias. Coçar a cabeça, por exemplo, pode significar muitas coisas: caspa, piolhos, suor, insegurança, esquecimento ou mentira, em função de outros gestos que se façam simultaneamente. Para chegar a conclusões acertadas, deveremos observar os gestos em seu conjunto.
Como qualquer outra linguagem, o do corpo tem também palavras, frases e pontuação. Cada gesto é como uma só palavra e uma palavra pode ter vários significados. Só quando a palavra forma parte de uma frase, pode se saber seu significado correto.
A pessoa perceptiva é a que lê bem as frases não verbais e as compara com as expressas verbalmente. Evidências de que o que escuta analisa criticamente o que fala, são proporcionadas pelas pernas muito cruzadas e o braço cruzado sobre o peito (defesa), enquanto a cabeça e o queixo estão um pouco inclinados para baixo (hostilidade). A "frase não verbal" diz algo assim como "eu não gosto do que está dizendo e não estou de acordo".
Além de considerar o conjunto dos gestos e de ter em conta a congruência entre o que é dito e o movimento corporal, todos os gestos devem ser considerados dentro do contexto em que se produzem. Por exemplo, se alguém estiver de pé na parada do ônibus, com os braços e as pernas cruzados e o queixo baixo, em um dia de inverno, o mais provável é que tenha frio e não que esteja na defensiva. Mas se essa pessoa faz os mesmos gestos quando está sentada em frente a um homem, com uma mesa entre os dois, e esse homem está tentando convencer o outro de algo, de lhe vender uma idéia, um produto ou um serviço, a interpretação correta é que a pessoa está na defensiva e com atitude negativa.
Se uma menina de cinco anos diz uma mentira a seus pais, tapará imediatamente a boca com uma ou as duas mãos. O gesto indica aos pais que a menina mentiu e esse gesto continua sendo usado toda a vida, variando somente sua velocidade.
Quando a adolescente diz uma mentira, também leva a mão à boca como a menina de
cinco anos, mas, em lugar de tapá-la bruscamente, seus dedos como que roçam sua boca.
O gesto de tapar a boca se torna mais refinado na idade adulta.
Quando o adulto diz uma mentira, o cérebro ordena à mão que tampe a boca para bloquear a saída das palavras falsas, como ocorria com a menina e a adolescente, mas no último momento, tira a mão da boca e o resultado é um gesto tocando o nariz. Esse gesto não é mais que a versão refinada, adulta, do gesto de tampar a boca que se usou na infância. Isto serve de exemplo para mostrar que quando um indivíduo se faz maior, muitos de seus gestos se tornam mais elaborados e menos óbvios. É mais difícil identificar as atitudes de quem os faz.
A PALMA DA MÃO
O gesto de exibir as palmas das mãos sempre foi associado com a verdade, a honestidade, a lealdade e a deferência.
Na vida cotidiana, as pessoas usam duas posições fundamentais das palmas das mãos: palmas para cima na posição do mendigo que pede dinheiro ou comida, e a outra é a das palmas para baixo como se tratasse de se conter, de manter algo. Quando alguém deseja ser franco e honesto, levanta uma ou ambas as palmas para a outra pessoa e diz algo assim como: "vou ser franco com você".
A palma para cima é um gesto não ameaçador que denota submissão.
Quando alguém coloca a palma para baixo adquire imediatamente autoridade.
A pessoa receptora sente que está lhe dando uma ordem.
A palma fechada em um punho, com o dedo assinalando a direção, é o plano
simbólico com que um ordena ao que o escuta para fazer que lhe obedeça.
AS MÃOS NO ROSTO
Como se pode saber que alguém está mentindo? Reconhecer os gestos de engano pode ser uma das habilidades mais importantes que se pode adquirir. Quais são os sinais que delatam os mentirosos?
As posições das mãos no roso são a base dos gestos humanos para enganar.
Em outras palavras, quando vemos, dizemos ou escutamos uma mentira, freqüentemente tentamos tampar os olhos, a boca ou os ouvidos com as mãos.
Quando alguém faz um gesto de levar as mãos ao rosto nem sempre significa que está mentindo, mas indica que esta pessoa pode estar enganando. A observação ulterior de outros grupos de gestos pode confirmar as suspeitas. É importante não interpretar isoladamente os gestos com as mãos no rosto.
O guardião da boca
Tampar a boca é um dos gestos tão óbvios nos adultos como nas crianças. A mão cobre a boca e o polegar se aperta contra a bochecha, quando o cérebro ordena, em forma subconsciente, que se suprimam as palavras enganosas que acabam de se dizer. Às vezes, o gesto se faz tampando a boca com alguns dedos ou com o punho, mas o significado é o mesmo. Se a pessoa que está falando usa este gesto, denota que está dizendo uma mentira.
Tocar o nariz
O gesto de tocar o nariz é, essencialmente, uma versão dissimulada de tocar a boca. Pode consistir em ficar roçando suavemente debaixo do nariz ou pode ser um toque rápido e quase imperceptível.
Uma explicação da origem do gesto de tocar o nariz é que, quando a mente tem o pensamento negativo, o subconsciente ordena à mão que tampe a boca, mas, no último instante, para que não seja um gesto tão óbvio, a mão se retira da boca e toca rapidamente o nariz. Outra explicação é que mentir produz coceira nas delicadas terminações nervosas do nariz e, para que passe, se faz necessário esfregálo.
Esfregar o olho
O gesto representa a tentativa do cérebro de bloquear a visão do engano ou de evitar ter que olhar a face da pessoa a quem se está mentindo.
O mesmo acontece com o esfregar a orelha. É a tentativa de quem escuta de "não ouvir o mau", de bloquear as palavras de mentira.
Esfregar o pescoço
O gesto indica dúvida, incerteza, e é característico da pessoa que diz:
"Não sei se estou de acordo". É muito notório quando a linguagem verbal contradiz o gesto; por exemplo, quando a pessoa diz: "Entendo como se sente".
Algumas pessoas quando dizem uma mentira e suspeitam que foram descobertas,
realizam o gesto de puxar o colarinho da camisa.
Se perceber isso, pode lhe pedir que repita ou que explique novamente o que falou.
Os dedos na boca
O gesto da pessoa que fica os dedos na boca quando se sente pressionada é a tentativa inconsciente da pessoa de voltar para a segurança do recém-nascido que suga o peito materno. A criança substitui o peito da mãe pelo polegar, e o adulto não fica com os dedos na boca, mas substitui por inserir nela coisas como cigarros, lapiseiras, etc.
Embora quase todos os gestos feitos com as mãos no rosto expressem mentira ou desilusão, meter os dedos na boca é uma manifestação de necessidade de segurança. É adequado dar garantias e segurança à pessoa que faz este gesto.
Os braços defendem
OS GESTOS COM OS BRAÇOS CRUZADOS
Esconder-se detrás de uma barreira é uma resposta humana normal que aprendemos em tenra idade para nos proteger.
Ao cruzar um ou os dois braços sobre o peito se forma uma barreira que, em essência, é a tentativa de deixar fora de nós a ameaça pendente ou as circunstâncias indesejáveis.
Cruzamento de braços dissimulado
É usado por pessoas que estão continuamente expostas ao público, como políticos, vendedores, etc. que não desejam que o publico perceba que estão nervosas ou inseguras. Em vez de cruzar diretamente um braço sobre o outro, uma mão sustenta uma bolsa, segura o relógio, o punho da camisa, etc.
Desta maneira se forma a barreira e se obtém a sensação de segurança.
AS POSIÇÕES FUNDAMENTAIS DA CABEÇA
Há três posições básicas da cabeça. A cabeça para cima é adotada pela pessoa que tem atitude neutra em relação ao que esta escutando. Quando a cabeça se inclina para um lado significa uma demonstração de interesse. Quando esta cabeça inclinada para baixo assinala que a atitude é negativa e até oposta.
indicadores
Às vezes a pessoa com a qual se está conversando adota a postura de ter a cabeça olhando para nós mas o corpo e os pés apontando para a saída ou para outra pessoa. Isso esta mostrando a direção que a pessoa queria tomar.
A possibilidade de fingir
Uma pergunta que se escuta com freqüência é: "É possível fingir na linguagem do corpo?" A resposta geral é "não", porque a falta de congruência se manifestaria entre os gestos principais, os microsinais do corpo e a linguagem falada. Por exemplo: as palmas à vista se associam à honestidade, mas quando o farsante abre as palmas para fora e sorri enquanto diz uma mentira, os microgestos o delatam.
Podem contrair as pupilas ou levantar uma sobrancelha, ou uma comissura pode tremer, e esses sinais contradizem o gesto de exibir as palmas das mãos e o sorriso "sincero". O resultado é que o ouvinte tende a não acreditar no que o farsante está dizendo.

Autor: FSantanna

sexta-feira, 15 de março de 2013

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS

Obs.: por ser um trabalho bastante extenso, preferi dividir em três partes, uma para cada instituição.
Parte 1 Polícia Civil, Parte 2 Polícia Militar e Parte 3 Bombeiros.


Parte 3

PERFIL DOS PARTICIPANTES CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Missão constitucional
Art. 144, § 6º da Constituição Federal: aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução da
defesa civil.
Prontidão e técnica são as palavras de ordem. A vida do bombeiro militar passa, hoje, muito mais pelo resgate, pela busca e salvamento do que pelo combate a incêndio. Isto não significa que não tenha que ter total domínio das técnicas e do uso do material necessário para cada caso. Deve ter vigor físico e mental para trabalhar, por vezes, horas a fio, sem descuidar da segurança, mesmo sendo especialista na tarefa que executa, pois faz parte da sua rotina atuar em situações de alto risco. As técnicas e os materiais são os mais diversos e ele tem que saber fazer bom uso de todos, pois só assim terá a serenidade para lidar com o sofrimento humano sem perder o foco no trabalho. Ser educador, tendo a paciência e a didática necessárias para orientar pessoas e prevenir catástrofes, quando em ações de vistoria. Ao assumir o serviço, estar pronto, para as urgências e emergências.
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“Agir com respeito ao próximo” foi considerada a competência comportamental mais importante pelos respondentes da pesquisa.
LEVANTAMENTO DAS TAREFAS
TAREFAS DA ATIVIDADE DE PRAÇA DO CORPO DE BOMBEIROS
- “Realizar mergulho de resgate”,
- “Realizar salvamento aéreo”;
- “Realizar salvamento em altura” e “Realizar busca, resgate e salvamento em estruturas colapsadas”
São as tarefas mais difíceis a serem realizadas pelos bombeiros militares, de acordo com a amostra estudada.
Apesar de difíceis e altamente importantes e necessárias para a atividade, tais tarefas não se configuram como as mais freqüentes nas instituições. Ainda assim, apontam para necessidades de capacitação nos temas, devido aos elevados índices de dificuldade relatados.
As tarefas mais freqüentes e mais rotineiras abrangem “Conferir materiais e equipamentos para a realização do serviço”, “Manter o bom condicionamento físico por meio de prática de exercícios físicos”, “Atender ocorrências em acidentes de trânsito” e “Realizar limpeza e assepsia em viaturas administrativas e/ou operacionais”. Dentre estas a mais difícil e
mais importante consiste em “atender ocorrências em acidentes de trânsito”, indicando uma área para investimentos em capacitação continuada, juntamente com todos os temas relacionados a tal atendimento.
MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS PARA O CARGO DE
Para a execução das tarefas descritas anteriormente, foram identificadas as competências técnicas e comportamentais necessárias.
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS AO PRAÇA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITARITAR
Dentre as competências técnicas sobre as quais os profissionais relatam menor domínio destacam-se aquelas relacionadas ao mergulho de resgate, incluindo conhecimentos sobre técnicas de descompressão e doenças descompressivas, normas reguladoras, noções de mergulho e subida de emergência. Além disso, tais competências também são consideradas imprescindíveis para a atuação do bombeiro militar, indicando alta necessidade de treinamento e capacitação. Ressalta-se que todas as competências técnicas são consideradas de alta importância.
Competências Comportamentais
COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS NECESSÁRIAS AO PRAÇA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
Em geral, os profissionais bombeiros militares relataram repertório médio a elevado em todas as competências comportamentais analisadas. Mesmo assim, “Ter manejo de estresse” e “Resistência à Frustração” são as competências comportamentais mais difíceis para este segmento profissional. Estas podem ser trabalhadas pelas instituições por meio de programas de manejo e prevenção do estresse e preparação emocional para atuação, visando a preservação da saúde física e mental dos servidores e um melhor desempenho. Destacam-se como competências comportamentais mais importantes “Agir com respeito ao próximo”, “Agir com postura ética e profissional” e “Agir com prudência”, todas com elevado domínio por parte dos respondentes.
FATORES RESTRITIVOS
Alguns são reconhecidos e aceitos pelos respondentes como totalmente incompatíveis com o exercício funcional da profissão e outros como limitadores do desempenho individual. Na pesquisa foram analisados os fatores psicossociais restritivos levantados pelo grupo focal, características estas que tornam um candidato inapto para o cargo.
RANKING FATOR RESTRITIVO AO CARGO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
1 Não ter idoneidade moral
2 Alcoolismo grave
3 Psicopatologias graves
4 Dependência química
5 Cardiopatias graves
6 Antecedentes criminais
7 Deficiência física incapacitante de realizar as atividades do CBM
8 Não ter no mínimo o ensino médio completo.
CONDIÇÕES DE TRABALHO: FATORES FACILITADORES E DIFICULTADORES
Para cada uma das instituições em análise foram identificados, pelos grupos focais iniciais, fatores facilitadores e dificultadores para o bom desempenho das tarefas contempladas nas diferentes atividades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como pode ser observado, ser um profissional de segurança pública exige inúmeras competências técnicas e comportamentais para que as diversas tarefas pertinentes possam ser executadas com segurança, qualidade e com a máxima assertividade. Tal exigência é reforçada, principalmente, nas atividades de alto risco para os profissionais, para as pessoas presentes no local dos fatos e para aqueles diretamente envolvidos e atendidos.
Dessa forma, a pesquisa de profissiografia e mapeamento de competências aponta para a importância de se repensar, planejar e executar cuidadosamente as ações relacionadas a toda a trajetória de um profissional dentro da sua instituição, ou seja, da seleção até o desligamento

Fonte:Secretaria Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça
Ministério da Justiça
Secretaria Nacional de Segurança Pública
Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública - DEPAID
Coordenação do Projeto Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança Pública Esplanada dos Ministérios, Bloco “T”, edifício sede, 5º andar, sala 504
E-mail:
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* este material é um resumo da pesquisa “PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS.


Material completo

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS

Obs.: por ser um trabalho bastante extenso, preferi dividir em três partes, uma para cada instituição.
Parte 1 Polícia Civil, Parte 2 Polícia Militar e Parte 3 Bombeiros.

Parte 2

PERFIL DOS PARTICIPANTES POLÍCIA MILITAR
Missão constitucional
Art. 144, § 6º da Constituição Federal: às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.
Atenção, observação, pró-atividade, agilidade, resistência à fadiga, preparo emocional. Capacidade de resolver problemas e tomar decisões em curto espaço de tempo, baseadas em princípios legais, éticos e morais. Capacidade de mediar conflitos, de interagir com as pessoas, de se expressar de forma clara e tranqüila. Agir com energia quando necessário, utilizando-se dos meios e equipamentos que dispõe de forma adequada às diversas situações que enfrenta no seu dia a dia. Conhecer o contexto social em que atua e buscar informações importantes sobre os fenômenos da violência e da criminalidade, contribuindo para a sua redução. Encaminhar de maneira adequada as ocorrências policiais preservando o local de crime e as provas materiais. Apresentar-se de maneira condizente com o cargo e função que desempenha,
transmitindo segurança à população.
“Ser capaz de agir com preocupação com a segurança da própria família” foi considerada a competência comportamental mais importante pelos respondentes da pesquisa.
LEVANTAMENTO DAS TAREFAS
TAREFAS DA ATIVIDADE DE PRAÇA DA POLÍCIA MILITAR
- “Executar missão no esquadrão anti-bombas”,
- “Executar missão como atirador de elite” e;
- “Fazer resgate de reféns”
São as tarefas consideradas mais difíceis pelos profissionais. Contudo, apesar de também terem alta importância, não são muito freqüentes, pois em geral são executadas por grupos especializados e reduzidos nas instituições. Dessa forma, não constituem urgência de treinamento para um grande número de operadores.
A tarefa “Zelar pela sua integridade física e pela dos companheiros” foi considerada a mais importante, além de ser a mais frequente.
Está relacionada ao caráter ostensivo da atividade do policial militar e aos riscos inerentes à profissão, indicando ainda a necessidade de uma maior atenção por parte dos gestores, considerando que os respondentes relataram possuir domínio relativamente baixo desta tarefa.
Outras tarefas de maior importância foram “Fazer abordagens, buscas e vistorias em pessoas e veículos” e “Preservar o local de crime”, ambas também
consideradas com dificuldade média a alta e realizadas periodicamente.
Além da já citada “Zelar pela sua integridade física e pela dos companheiros” destacam-se como mais freqüentes “Cumprir o regulamento” e “Fazer abordagens, buscas e vistorias em pessoas e veículos”, ambas consideradas importantes, porém com dificuldade média.
MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS PARA O CARGO DE
Para a execução das tarefas descritas anteriormente, foram identificadas as competências técnicas e comportamentais necessárias.
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS AO PRAÇA DA POLÍCIA
Dentre as 102 competências técnicas apresentadas, destacam-se como de menor DOMÍNIO:
- “Ter capacidade, quando necessário, de desempenhar atividades operacionais em aeronaves”
- “Ter noções sobre busca e apreensão de artefatos explosivos”
- “Ao auxiliar a área de equoterapia, demonstrar conhecimentos na área eqüina e outros conhecimentos técnico-profissionais relevantes à atuação”
Novamente, ressalta-se que tais competências são afetas a grupamentos especializados dentro das Corporações, portanto de maior dificuldade para os demais profissionais.
As competências técnicas consideradas imprescindíveis para os respondentes abrangem “Capacidade de agir com responsabilidade”, “Demonstrar domínio no uso de armamentos e equipamentos utilizados pela Polícia Militar” e “Demonstrar domínio das técnicas de abordagem”. Quanto a essas duas últimas competências, uso de armas e equipamentos e o domínio das técnicas de abordagem, ressalta-se que os participantes relataram domínio básico, indicando necessidade de fortalecer essa área.MIL
Competências Comportamentais
COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS NECESSÁRIAS AO PRAÇA DA
POLÍCIA MILITAR
“Capacidade de visão estratégica” e “Agir com orientação para resultados” apesar de serem consideradas pelos respondentes como competências comportamentais importantes, foram também consideradas moderadamente difíceis e de médio domínio. Estão relacionadas à complexidade das tarefas e à responsabilidade pela tomada de decisões. O resultado aponta que estas competências precisam ser melhor desenvolvidas entre os profissionais policiais militares. Destacam-se ainda “Capacidade de resistência à frustração.
e “Ter manejo de estresse” como competências também de domínio mediano, apesar de possuírem importância ainda maior que as duas competências anteriores, de acordo com os respondentes. Tais competências impactam na saúde psíquica dos operadores e influenciam no desempenho de situações extremas. O treinamento para seu desenvolvimento ainda é incipiente na maior parte das instituições de segurança pública e deve ser trabalhado para trazer maior segurança na atuação e diminuir os índices de adoecimento decorrentes.
FATORES RESTRITIVOS
Alguns são reconhecidos e aceitos pelos respondentes como totalmente incompatíveis com o exercício funcional da profissão e outros como limitadores do desempenho individual. Na pesquisa foram analisados os fatores psicossociais restritivos levantados pelo grupo focal, características estas que tornam um candidato inapto para o cargo.
RANKING FATOR RESTRITIVO AO CARGO
RANKING FATOR RESTRITIVO AO CARGO PRAÇA DA POLÍCIA MILITAR
1 Fobias diversas
2 Ter deficiência mental
3 Idoneidade duvidosa
4 Vícios diversos que atrapalhem o desempenho
5 Obesidade mórbida
6 Psicopatologias em geral
7 Cardiopatias
8 Ter deficiência física
9 Daltonismo
10 Diabetes
11 Altura menor de 1,60 m)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como pode ser observado, ser um profissional de segurança pública exige inúmeras competências técnicas e comportamentais para que as diversas tarefas pertinentes possam ser executadas com segurança, qualidade e com a máxima assertividade. Tal exigência é reforçada, principalmente, nas atividades de alto risco para os profissionais, para as pessoas presentes no local dos fatos e para aqueles diretamente envolvidos e atendidos.
Dessa forma, a pesquisa de profissiografia e mapeamento de competências aponta para a importância de se repensar, planejar e executar cuidadosamente as ações relacionadas a toda a trajetória de um profissional dentro da sua instituição, ou seja, da seleção até o desligamento.

Fonte:Secretaria Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça
Ministério da Justiça
Secretaria Nacional de Segurança Pública
Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública - DEPAID
Coordenação do Projeto Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança Pública Esplanada dos Ministérios, Bloco “T”, edifício sede, 5º andar, sala 504
E-mail:
qualivida.seguranca@mj.gov.br
© 2102 Ministério da Justiça
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
* este material é um resumo da pesquisa “PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS”

PERFIL DOS PARTICIPANTES POLÍCIA CIVIL

PERFIL DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS

Obs.: por ser um trabalho bastante extenso, preferi dividir em três partes, uma para cada instituição.
Parte 1 Polícia Civil, Parte 2 Polícia Militar e Parte 3 Bombeiros.

Parte 1

O Brasil passa por um momento de transformação da segurança pública. Trata-se da consolidação e o aprofundamento da segurança cidadã. Um de seus elementos centrais é o ser humano, os profissionais de segurança pública, que se constituem como sujeitos dessa transformação.
Os entrevistados da presente pesquisa de Profissiografia foram os profissionais de cargos mais numerosos nas instituições: as praças (tanto das Policiais Militares, como dos Corpos de Bombeiros) e os agentes/investigadores das Polícias Civis. Tendo o foco nessas funções, o estudo representa um avanço ao retratar e descrever as atividades do ponto de vista de quem as executa. De todas as Unidades da Federação, 21.000 profissionais – policiais civis, policiais militares e bombeiros militares – contribuíram com suas experiências e opiniões.
Perfil Profissiográfico e Matriz Curricular Nacional
A Matriz Curricular Nacional caracteriza-se por ser um referencial teórico-metodológico para orientar asAções Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública – policiais militares, policiais civis, peritos e bombeiros militares.
Objetivos e Justificativa
O processo de mapeamento de competências permite que as necessidades de treinamento e capacitação sejam apontadas de forma mais eficaz, pois define as competências ou as habilidades que o profissional deve desenvolver. Assim, alinhar as competências individuais dos seus profissionais com as competências necessárias para que atinjam seus objetivos estratégicos, constitui um importante passo no sentido do aprimoramento das Instituições de Segurança Pública. Os resultados desta pesquisa também serão utilizados para fim de aprimoramento da Matriz Curricular Nacional.
Missão constitucional
Art. 144, § 4º da Constituição Federal: às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
Atenção, discrição, perspicácia. Preparo para decidir em fração de segundos. Capacidade de buscar informações que possam desvendar a autoria e a materialidade de uma infração penal.
Conhecimento nas mais diversas áreas que o habilite a encontrar algo que aos olhos comuns passa desapercebido. Técnica na execução de suas tarefas para não comprometer os trabalhos. Percepção do momento exato de mudar da atuação velada para a ostensiva, sem comprometer a sua integridade física e de outras pessoas e preservando a investigação.
Empregar a arma para preservar a própria vida ou a de terceiros com precisão, consciente de que a melhor arma de que dispõe é a lei. Paciência para ouvir e imparcialidade para reproduzir, com fidelidade, um evento narrado por outras pessoas. Inteligência para conduzir a investigação, lançando mão de todos os recursos legais no intuito de cumprir a função de polícia judiciária, elevando o nome da Instituição.
Fazer uso de todas as competências técnicas e comportamentais para resolver os crimes que estiver investigando.
“Zelar pela própria integridade física e de seus parceiros” é a competência técnica considerada mais importante pelos respondentes da pesquisa.
A amostra que fundamenta a elaboração do perfil profissiográfico e do mapeamento de competências do cargo de Agente/Investigador da Polícia Civil foi de 3444 policiais:
- sendo 77,4% do sexo masculino e 22,6% do sexo feminino,
- com idade média de 40,40 anos.
- Quanto ao estado civil, a grande maioria, 67,7% dos Agentes da Polícia Civil, são casados.
- A média do tempo de serviço e do tempo no cargo é de 12,07 anos e de 11,65 respectivamente.
- Observa-se ainda que 40% possuem nível superior completo.
- Com relação às Regiões da Federação, observa-se que o maior percentual de respondentes encontra-se na Região Sudeste (38,3%) e o menor percentual na Região Norte (9,6%).
Quanto ao local de lotação, 31,4% estão na Área Administrativa e 68,6% na Área Finalística.


LEVANTAMENTO DAS TAREFAS DO CARGO DE AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL

As três tarefas consideradas mais difíceis, dificuldade média a alta, foram:
-  “Comparecer e preservar o local de crime”;
- “Escoltar presos” e;
-  “Participar de reconstituições de crimes”.

Tais tarefas foram classificadas como de média a alta importância, porém não são realizadas freqüentemente.
Quanto à importância, os participantes apontaram como mais relevantes:
- “Participar de cursos de capacitação e especialização”,
“Zelar pelos bens, equipamentos e instalações”
Outras sete tarefas alcançaram a segunda maior média em termos de importância, destacando-se aqui as três consideradas, além de muito importantes, as mais difíceis:
- “Comparecer e preservar o local de crime”;
- “Realizar Campanas” e;
- “Entrevistar partes envolvidas, bem como presos”.
Destaca-se que essas três tarefas fazem parte de uma tarefa maior que consiste na investigação.
Em termos de frequência, destacam-se como tarefas mais executadas:
- “Zelar pelos bens, equipamentos e instalações”;
- “Cumprir ordens de serviço/missão” e;
-  “Dirigir viaturas”.
MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS PARA O CARGO


Para a execução das tarefas descritas anteriormente, foram identificadas as competências técnicas e comportamentais necessárias.


AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL
“Atuar demonstrando noções de mecânica e de física, quando necessário”, “Ao monitorar comunicações telemáticas, ser capaz de aplicar conhecimento sobre os sistemas e segurança da informação, mantendo bom relacionamento com as operadoras de serviço” e “Ao realizar infiltrações, demonstrar conhecimento sobre o organização e funcionamento do ambiente infiltrado, antevendo situações de risco” destacaram-se com menor média de DOMÍNIO, indicando repertório pouco desenvolvido, apesar de serem classificadas como competências muito importantes.
Já as competências técnicas de maior importância incluem “Ser capaz de zelar pela própria integridade física e pela de seus companheiros no atendimento a diversas ocorrências”, “Capacidade de utilizar armas e munições, quando necessário” e “Aplicar os procedimentos de segurança ao realizar as tarefas inerentes ao cargo”. Isso indica que estas competências são fundamentais ao trabalho do Agente Policial Civil e devem ser continuamente reforçadas no ambiente organizacional, considerando que os respondentes indicaram que possuem domínio médio a alto. As competências que os agentes afirmaram possuir menor domínio (menores médias) devem ser passíveis de ações de capacitação e desenvolvimento no âmbito da Polícia Civil, caso atendam aos interesses e necessidades da Instituição.
Competências Comportamentais


COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS NECESSÁRIAS PARA O CARGO DE AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL
“Capacidade de resistência à frustração”, “Trabalhar sob pressão” e “Capacidade de agir com inteligência emocional” foram alguns dos aspectos sobre os quais os policiais civis relataram possuir menor domínio.
Tais resultados podem indicar a necessidade de se investir mais no preparo emocional dos servidores, de modo que possam lidar com as diferentes ocorrências sem se envolverem ou se sobrecarregarem emocionalmente, demonstrando a imparcialidade esperada de um agente de estado.
Dessa forma, os policiais podem conjugar um serviço de qualidade ao mesmo tempo em que têm mais condições de preservar sua saúde mental, afastando o
estresse e as doenças decorrentes. Destaca-se que todas as 38 competências comportamentais elencadas foram consideradas pela maioria como sendo alta ou extremamente importantes, sendo as três de maior média:”Ser honesto”; “Agir com profissionalismo” e “Demonstrar cordialidade e respeito”.


FATORES RESTRITIVOS
Alguns são reconhecidos e aceitos pelos respondentes como totalmente incompatíveis com o exercício funcional da profissão e outros como limitadores do desempenho individual. Na pesquisa foram analisados os fatores psicossociais restritivos levantados pelo grupo focal, características estas que tornam um candidato inapto para o cargo.


RANKING FATOR RESTRITIVO AO CARGO
AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL
1 Dependência de entorpecentes
2 Falta de idoneidade moral
3 Alcoolismo
4 Antecedentes criminais graves (nos últimos 10 anos)
5 Psicopatologias em geral
6 Doenças crônicas que impossibilitem o exercício da função
7 Patologias graves
8 Deficiência física que impossibilitem o exercício da função
9 Não possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH)


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como pode ser observado, ser um profissional de segurança pública exige inúmeras competências técnicas e comportamentais para que as diversas tarefas pertinentes possam ser executadas com segurança, qualidade e com a máxima assertividade. Tal exigência é reforçada, principalmente, nas atividades de alto risco para os profissionais, para as pessoas presentes no local dos fatos e para aqueles diretamente envolvidos e atendidos.
Dessa forma, a pesquisa de profissiografia e mapeamento de competências aponta para a importância de se repensar, planejar e executar cuidadosamente as ações relacionadas a toda a trajetória de um profissional dentro da sua instituição, ou seja, da seleção até o desligamento.


Fonte:Secretaria Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça
Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública - DEPAID
Coordenação do Projeto Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança Pública Esplanada dos Ministérios, Bloco “T”, edifício sede, 5º andar, sala 504
E-mail:
qualivida.seguranca@mj.gov.br
© 2102 Ministério da Justiça
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
* este material é um resumo da pesquisa “PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS”

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Filme Anjos do Sol

Um ótimo filme que conta a história de Maria, menina de 12 anos, que é tirada de casa ao ser vendida pelo pai, e acaba caindo em um prostibulos, servindo de escreva sexual em um garimpo. O filme explora o trafico de crianças e adolescentes, exploração sexual, leilão de virgens e prostituição infantil; além dos aspectos que normalmente vem agregados a estes fatos como miséria, analfabetismo e o fator cultural. È um excelente filme para abrir nossos olhos sobre as atrocidades que ainda acontecem em nosso país, quanto ao desrespeito aos direitos dos menores. Crianças tratadas como objeto, vendidas pelos próprios pais, acabando em prostíbulos, onde são submetidas a todo tipo de abuso, tendo sua inocência arrancada por abusadores e exploradores. É importante a sociedade saber destas praticas, pois, ainda hoje milhares de crianças passam por esta realidade, caindo nesta rede, transformadas em prostitutas sem terem escolhido esta vida. Neste sentido acredito que a união de todo tipo de esforços, das entidades governamentais e da sociedade brasileira, para a quebra deste circulo - vicioso, pois frequentemente as filhas de mulheres abusadas na infância, também são abusadas; perpetuando esta cultura de abuso, onde o homem é do dono da mulher e dos filhos, podendo bater, vender e até matar se assim quiser. Além do fato de que frequentemente os meninos que são abusados quando crianças também tornam-se abusadores mais tarde.

Autor: FSantanna

PROTEÇÃO DA SAÚDE MENTAL EM SITUAÇÕES DE EPIDEMIAS (CATASTROFES)

Original: Espanhol
Documento elaborado por: Unidade de Saúde Mental, de Abuso de Substáncias, e
Reabilitação (THS/MH)
Tecnologia e Prestação de Serviços de Saúde
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS)


VULNERABILIDADE PSICOSSOCIAL
Deve-se enfatizar que os grupos mais vulneráveis são os que têm maiores dificuldades para reconstruir seus meios de subsistência e apoio social durante e depois da catástrofe.
Os padrões sociais e culturais determinam que homens e mulheres reajam de maneira diferente. Por exemplo, os homens tendem a reprimir as emoções dolorosas e sua expressão é interpretada como uma fraqueza. Sua resposta emocional pode ser a ingestão exagerada de álcool ou comportamentos violentos. As mulheres tendem a se comunicar mais facilmente entre si e expressar seus temores e buscar apoio e compreensão para si mesmas e seus filhos.
Transtornos psíquicos nos sobreviventes
No plano individual, muitas pessoas podem enfrentar uma crise, definida como aquela situação gerada por um evento vital externo que ultrapassa a capacidade emocional de resposta da pessoa. Isto é, seus mecanismos de enfrentamento são insuficientes e ocorre um desequilíbrio e incapacidade de adaptação psicológica.
Alguns critérios para determinar se uma manifestação emocional está se
tornando sintomática são:
• Prolongação no tempo;
• Sofrimento intenso;
• Complicações associadas (por exemplo, conduta suicida);
• Comprometimento significativo do funcionamento social e cotidiano.
* Os transtornos psíquicos imediatos mais freqüentes nos sobreviventes são os episódios depressivos e as reações de estresse agudo de tipo transitório. Também foi observado, às vezes, aumento de comportamentos violentos, bem como o consumo excessivo de álcool.
O luto
O luto é vivido com uma mistura de tristeza, angústia, medo e ira; no momento mais critico chega aos extremos de dor emocional muito intensa e o desespero;
As manifestações psicológicas mais freqüentes do luto são: recordações muito vívidas e reiterativos do morto e do ocorrido, nervosismo, medo, tristeza, choro, desejos de morrer, distúrbios de sono e o apetite, problemas de memória e concentração
mental, fadiga, pouca motivação e dificuldade para retornar ao nível normal de atividade, tendência ao isolamento, mescla de sentimentos ou emoções (por exemplo, sentir culpa, acusar os outros, sentir frustração, impotência, raiva, opressão etc.),
descuido da aparência e higiene pessoal e manifestações corporais diversas não específicas (como enjôos, náuseas, dor de cabeça, opressão no peito, tremores, dificuldade respiratória, palpitações, secura da boca).
O luto complicado é aquele que não evolui de “forma natural” e se transforma em patológico; em geral leva a um transtorno depressivo que é caracterizado pela tristeza profunda, perda da capacidade de se interessar pelas coisas e aproveitá-las, redução do nível de atividade e cansaço exagerado. Também são assinalados sintomas
como: redução da atenção e da concentração, perda de confiança em si mesmo, sentimentos de inferioridade e de culpa, perspectivas sombrias de futuro, pensamentos ou atos suicidas, transtornos do sono e perda do apetite.
Algumas recomendações para os sobreviventes e os que sofreram perdas importantes:
• Tratá-los como sobreviventes ativos e não como sujeitos passivos;
• Não medicalizar a atenção, nem necessariamente tratar as pessoas como doentes
psiquiátricos;
• Assistir e mostrar preocupação pela segurança física e da saúde;
• Assegurar-se de atender suas necessidades básicas;
• Proporcionar apoio emocional e um senso de conexão com outras pessoas;
• Assegurar a privacidade e o sigilo na comunicação;
• Facilitar para que expressem ou contem sua história e deixem suas emoções aflorar;
• Quem está oferecendo a ajuda psicológica deve desenvolver um sentido de escuta responsável, cuidadosa e paciente. Os membros das equipes de resposta devem explorar suas próprias concepções e preocupações sobre a morte e não devem impor sua visão aos que estão ajudando;
• Mais que conselhos se deve abrir a reflexão sobre o ocorrido e como enfrentar o futuro. As orientações devem se referir a questões práticas e abertura de canais de ajuda;
• Prover o máximo de informação possível e escutar os problemas para ajudar com que sejam canalizados;
• Promover o retorno à vida cotidiana, o quanto antes;
• Evitar a intrusão da imprensa ou de outros grupos;
• O apoio espiritual ou religioso é, geralmente, um instrumento valioso para acalmar os familiares.
A notificação da morte e o reconhecimento de cadáveres
É um momento crítico e difícil de ser enfrentado pois pode produzir reações emocionais fortes. Algumas recomendações úteis são as seguintes:
• Anteriormente à notificação, deve-se reunir toda informação possível sobre o falecido e as características de seu caso (evolução da doença, complicações etc.);
• Obter informação sobre as pessoas a serem notificadas;
• Assegurar-se de que o familiar adulto mais apropriado receba a notícia primeiro;
• A notificação será realizada diretamente e em pessoa;
• A notificação deve ser feita, preferivelmente, por duas pessoas;
• Usar as regras comuns de cortesia e respeito;
• Não levar à entrevista objetos pessoais do falecido;
Orientações para o pessoal que trabalhou na emergência, depois que ser reintegrado à vida cotidiana:
• Voltar à sua rotina o quanto antes;
• Realizar exercícios físicos e de relaxamento;
• Buscar contato com a natureza;
• Descansar e dormir o suficiente;
• Alimentar-se de forma balanceada e regular;
• Não tentar diminuir o sofrimento com o uso de álcool ou drogas;
• Buscar companhia e falar com outras pessoas;
• Participar de atividades familiares e sociais;
• Observar e analisar seus próprios sentimentos e pensamentos. Refletir sobre a experiência que viveu e o que ela significa como parte de sua vida.
Recomendações para comunicar o risco:
1. Coloquem-se no lugar do público;
2. Não tenham medo de assustar as pessoas;
3. Reconheçam a incerteza da situação;
4. Compartilhem os dilemas;
5. Permitam que as pessoas participem;
6. Estejam dispostos a especular de maneira responsável;
7. Não se deixem apanhar pelo jogo dos números;
8. Enfatizem a magnitude e não a probabilidade;
9. Orientem a reação de ajuste;
10. Informem ao público rapidamente e tentem ser totalmente francos e transparentes.

Obs.: Não sou especializado na àrea, esta é uma breve resenha sobre o tema, para esclarecer um pouco mais a população sobre como é dado o atendimento as vítimas, nestas situações, e os cuidados que o pessoal que trabalha em emergências deve tomar, após o evento para não desenvolver estresse pós-traumático.
Parabéns a todos profissionais e voluntários envolvidos no evento que realizaram um maravilhoso trabalho.

O que é abuso sexual infantil?

Em termos gerais, consideram-se abuso sexual infantil toda conduta em que um menor é usado como objeto sexual por parte de um adulto. É uma experiência traumática,sendo considerada pela vitima como um atentado contra sua integridade física e psicológica.
A palavra “abuso” não é suficientemente hedionda para descrever o que alguns adultos fazem contra as crianças. Pode-se considerar  “abuso sexual” uma expressão desagradável,mas,certamente não reflete a sordidez dos atos.Na realidade,alguns definem as conseqüências do abuso sexual infantil como “um tiro no aparelho psíquico das crianças “.
Perfil do abusador:
Embora seja difícil acreditar, as estatísticas internacionais apontam os pais biológicos como os principais responsáveis pelos abusos intra-familiares. Um estudo realizado em Buenos Aires,Argentina,entre 1989 e 1992,mostrou que os abusadores foram distribuídos assim:
42,5 % pais biológicos
23,7% parentes próximos
17,5% conhecidos não familiares
13,8% padrastos
Na maioria dos casos – 90 a 95%-, os abusadores são do sexo masculino. Devemos admitir que ignoramos a verdadeira magnitude do abuso praticado por mulheres,uma vez que é difícil desvendá-lo por meio das vítimas e é pouco registrado pelas estatísticas.
Características de personalidade associadas aos abusadores:
.Negação
.Excitação sexual com crianças
.Fantasias sexuais com crianças
.Distorções cognitivas para justificar ou autorizar intimidades sexuais (“Não causa dano. Se a criança faz tudo o que peço é porque ela gosta”)
.Relações sociais superficiais.
.Incapacidade de entrar em empatia com a vitima.
.Transtornos mentais associados:
Uso de drogas e depressão
Dilema das vitimas
Existe uma seqüência de comportamentos que se pode observar
Em crianças vitimas de abuso denominado “Síndrome de acomodação ao abuso infantil”. Cinco padrões de conduta aparecem na seguinte ordem:
1. Segredo.
O segredo é uma das precondições para o abuso. O agressor precisa dele e não hesitará em ameaçar a vítima.Procura fazer com que ela acredite que a revelação dos fatos causará uma crise terrível e perigosa.Desse modo,a fonte de temor se transforma numa prisão de segurança:se ficar calada,tudo correrá bem.
2. Desproteção.
A lógica adulta espera que a criança resista ativamente ao abuso sexual. Caso contrário,as crianças costumam ficar paralisadas,  ou se tratou de um pesadelo.Quando o abuso acontece em sua própria cama,a criança faz que está dormindo,muda de posição ou se cobre.A falta de autodefesa e o silencio não significam que a vitima aceita ou desfruta o contato sexual.Representam o mecanismo de defesa mais comum diante do trauma:crer que a
própria percepção dolorosa é improcedente ou negá-la completamente.
3. Acomodação.
Se o abuso se torna crônico, tem inicio a etapa em que a criança fica enredada, porque começam a funcionar os mecanismos de adaptação para se acomodar às demandas sexuais do adulto.
Terminada a situação do abuso, a vitima volta a “normalidade”,
dissociando de suas atividades normais o que experimentou durante a agressão. As crianças sentam-se caladas à mesa da família,retomam seus brinquedos e vão a escola.Para conseguir essa aparência de normalidade,entram em ação mecanismo de defesa que se caracterizam por manter as experiências traumáticas e os sentimentos associados a ela totalmente separados do restante dos hábitos diários,Todos esses mecanismos são considerados extremamente úteis para a sobrevivência na infância.No entanto,constituem grandes obstáculos para se conseguir a integração de personalidade adulta.
4. Revelação tardia,conflitiva e nada convincente.
Em geral, o segredo raramente vem à tona fora do grupo familiar,
pelo menos de forma espontânea. Muitas vezes essa revelação ocorre extemporaneamente,de modo conflitivo e nada convincente.Conseqüentemente,a versão tem  pouco credito,
uma vez que criança desenvolve problema de personalidade.
5. Negação.
Com a raiva e o desespero que motivaram a confissão, ficam subjacentes sentimentos de culpa pelo fato de a vítima acusar um parente e por não cumprir a obrigação de manter a família unida. Isso faz com que as crianças se arrependam de ter revelado o segredo.
Indicadores
O principal indicador do abuso sexual é o relato feito pela criança. Sempre é importante crer na criança e em seu testemunho.Em estudos realizados,apenas 1 a 4% dos casos relatados por crianças são falsos.Na maioria dos casos,elas não inventam um abuso sexual.
Dependendo do estágio de experiência traumática que a criança enfrenta, os indicadores psicológicos têm características diferentes no inicio do abuso, é mais freqüente detectar sinais e sintomas relacionados com estresse pós-traumático, ao passo que, na fase crônica, se desenvolvem condutas associadas à síndrome de acomodação ao abuso reiterado.
O que fazer em caso de suspeita
A primeira coisa mais importante,como já afirmamos,é acreditar no relato da criança. Em muitas ocasiões em que os indícios são fortes,é necessário interromper o contato da vítima com o agressor durante certo tempo,para que se faça um avaliação
Sem pressões sobre o menor. Se a pessoa que detecta o abuso considera que a criança se acha em situação de alto risco e o adulto não tem elementos suficientes para intervir,deve-se procurar a justiça para informar e solicitar colaboração.Não é necessário de advogado nessa fase.Qualquer cidadão pode fazer essas denúncias.
Indicadores psicológicos específicos
.Atitude de submissão
.Conduta agressiva com tendência a exteriorizar o conflito.
.Comportamento pseudomaduro ou readaptado.
.Indícios de atividades sexuais.
.Jogos sexuais persistentes e inadequados com crianças da mesma idade, com brinquedos ou com seus próprios corpos, ou
conduta sexualmente agressiva para com os demais.
.Compreensão detalhada e imprópria para a idade sobre comportamentos sexuais;
.Permanência prolongada na escola (chegar antes da hora e sair mais tarde), sem ausentismo.
.Má relação com os pais e dificuldades para desenvolver.
.Desconfiança, especialmente com pessoas importantes
.Falta de participação em atividades escolares e sociais
.Dificuldade de concentração nos estudos
.Brusca diminuição de rendimento escolar
.Temor exacerbado em relação a homens (nos casos em que a vitima é menina e o abusador, um homem)
.Conduta sedutora com homens (nos casos em que a vítima é menina e o agressor, homem)
.Fugas do lar
.Transtornos de sono
.Conduta regressiva
.Retraimento
.Depressão clinica
.Ideação suicida
Números da violência
Investigações feitas por organismos não governamentais mostram que 65 % das crianças de rua nas capitais dos países da America Latina se envolvem, de um modo ou outro, em exploração sexual.
Desses 15% sobrevivem de contatos sexuais remunerados e 50% se envolvem de alguma forma na exploração sexual, embora não de forma sistemática.
Segundo o UNICEF, na America Latina e no Caribe morrem 50 mil crianças anualmente por causas derivadas de abuso sexual.

Fonte da pesquisa: Quebrando o silencio
Casa editora- Marcos Blanco
Resumo de texto retirado da internet

Como Proteger os Filhos dos Conflitos Conjugais por -Bruna Detoni

Atualmente, diferentes famílias que chegam para atendimento têm apresentado características semelhantes em suas queixas. O que mais chama atenção são as dificuldades dos pais com relação à educação dos filhos, dificuldades estas tais como: colocar limites, expressar carinho, transmitir segurança, que aparecem de forma mais freqüente e intensa em alguns casos, principalmente, nas famílias que se apresentam desestruturadas, onde os papéis não estão bem definidos.
         Os pais, nestas situações, extremamente preocupados com seus conflitos conjugais, apresentam muitas dificuldades no exercício da sua parentalidade. Sendo assim, chegam procurando um tratamento para os filhos, mesmo sabendo que foram encaminhados para a terapia de família, ou seja, o filho chega como portador das dificuldades da família. Bergman (1996) afirma que os sintomas nas crianças normalmente estabilizam casamentos instáveis e quanto maior a magnitude do conflito conjugal, maior será a magnitude do sintoma. Desta forma, alguns conflitos conjugais e familiares acabam repercutindo no comportamento das crianças.
        Para Gottman (1997) os pais precisam ter com os filhos um tipo de comunicação aberta, inerente à preparação emocional. Além disso, os pais precisam ter outras fontes confiáveis de apoio social para os filhos, além da família imediata.
         As brigas conjugais são comuns a todos os casamentos, mas saber trabalhar com as diferenças e expressar abertamente os sentimentos delas oriundos, aceitando as emoções negativas como raiva e medo, ajudarão muito às crianças.
         O mesmo autor ressalta algumas formas de proteger as crianças dos efeitos negativos dos conflitos conjugais:
•  Trabalhar a emoção no casamento, ou seja, os casais que sabem lidar com as emoções no seu casamento demonstram ser pais mais capazes de lidar positivamente com as emoções negativas de seus filhos.
•  Não usar o filho como uma arma nos conflitos conjugais, sendo de fundamental importância que se possa separar a conjugalidade da parentalidade, esforçando-se para que os filhos se sintam seguros e amados por ambos, mesmo que para isso tenham que abrir mão em favor do outro, de parte de seu poder e autoridade.
•  Não permitir a intromissão dos filhos nas questões conjugais, o que é muito comum de acontecer, uma vez que eles assumem o papel de conselheiro e juiz matrimonial.
•  Avisar ao filho quando os problemas forem resolvidos, pois eles se tranqüilizam ao saber que os pais se entenderam.
•  Criar rede de apoio emocional, famílias de amigos que possam acolhê-los nestes momentos de conflitos.
•  Reservar algum tempo para quando estiver calmo conversar com a criança sobre como ela está se sentindo em relação aos problemas.
•  Ficar ligado nos detalhes da rotina da criança, sendo emocionalmente disponível para ela. A vida da criança continua mesmo com a agonia de uma relação conjugal se acabando. Os filhos necessitam da presença dos pais e, de forma especial, em períodos de tumulto familiar.
         Nestes casos em que os conflitos conjugais acabam tomando a maior parte do tempo e energia dos pais, estes devem se dar conta de que este é o momento em que seus filhos mais precisam de atenção, cuidados e carinho.

Referências bibliográficas
         Bergman, Joel S. (1996). Pescando barracudas: a pragmática da terapia sistêmica breve. Porto Alegre: Artes Médicas.
         Gottman, John (1997). Inteligência Emocional: a arte de educar nossos filhos. Rio de Janeiro: Objetiva..
Bruna Detoni

Filme Freud- Além da Alma

Além da alma é um filme norte-americano de 1962 É uma Biografia romanceada do pai da psicanálise, mostrando seus casos mais célebres e seu envolvimento com os pacientes.
Demonstra a história da elaboração da teoria psicanalítica, que procura explicar nossa constituição psíquica. Reconstrói a vivência e as descobertas de seu criador.
Freud revolucionou a maneira do ser humano ver a si mesmo dentro do infinito Universo. Ao afirmar que as ações e os desejos humanos não são frutos apenas da vontade e da vaidade humana, mas sim do nosso inconsciente, Sigmund Freud abalou o mundo científico e criou uma nova maneira de entender a psique humana. Em "Freud - Além da alma" de 1962 , John Huston pretende mostrar como as teorias freudianas esboçam a própria vida de um dos maiores gênios da Humanidade. Ansioso em obter respostas plausíveis para aplacar o sofrimento de seus pacientes, Freud enveredou-se à doutrina de Charcot e utilizou-se da hipnose em seus estudos sobre histeria. Embora seus estudos encontrassem a resistência da ala conservadora da Medicina, que via nas teorias de Freud uma ameaça à primazia do ser humano, Freud prosseguiu em sua linha de pensamento e descobriu que o ser humano é dividido entre o Consciente e o Inconsciente. É interessante observar como Huston conseguiu articular as descobertas de Freud com as próprias experiências pessoais do psicanalista, como a teoria que desenvolveu sobre o Complexo de Édipo, fundamentando-se na relação com seu pai morto. Mostra o conflito interior que viveu Freud enquanto tentava penetrar no obscuro inconsciente de seus pacientes, pois temia encontrar o inefável, o impensável. Na verdade, Freud temia encontrar a sua própria essência.
Além da alma é um filme acadêmico, inteligente e instigante, que nos permite uma melhor compreensão das teorias freudianas sobre o funcionamento do inconsciente humano e da irrupção do pensamento psicanalítico na sociedade vienense e, depois, no mundo.
A sessões analíticas baseadas na livre associação tornou-se uma regra indispensável e unida à interpretação dos sonhos serviu de ferramenta para que Freud lançasse os princípios centrais da psicanálise. A descoberta do inconsciente e de sua importância psíquica constituiu o fundamento da psicanálise. Enquanto tentava entrar no obscuro inconsciente de seus pacientes, onde viveu um terrível conflito interior.
Quando Meynert estava para morrer, chamou Freud, e comentou ter observado diferença nos artigos, escritos por Freud para o  jornal. Estavam menos agressivos, sem ferir ninguém, mais sóbrio e que aquilo só serviria para jogar no lixo. Perguntou-lhe se havia desistido da histeria, e disse: Eu tenho um caso clínico. Freud perguntou quem e a resposta de Meynert: "EU". Com todas as características: enxaqueca, pesadelos e até paralisia na mão... Você foi meu filho espiritual. Falou sobre a neurose que os dois tinham.
"Temi que você nos traísse. Fiz tudo para desacreditá-lo. Minha vida foi uma farsa. Usei mal meu talento. Escondi a verdade de mim mesmo. Suprimi meu eu verdadeiro. Resultado estou morrendo num estado de orgulho e ignorância. Não sei quem sou. Foi outro o produto do orgulho. Quebre o silêncio. Faça o que propôs fazer. Vá, nos traia. Precisamos de um traidor. Vá ao coração da escuridão. Expulse o dragão. Senão faço um pacto com o diabo.
Quão esplêndido acender sua tocha nas chamas do inferno. Adeus.
Após esta conversa com seu mentor e maior critico.
O pai de Freud falece. Freud não consegue entrar no cemitério, desmaia, tem um sonho amedrontador e diz para seu amigo Breuer que os sonhos têm sentido para aqueles que sonham, mas são ícones do inconsciente misturados com fatos do consciente, e de difícil interpretação. Descobre que havia algum erro de seu pai escondido nas profundezas da sua mente que ele não conseguia alcançar. Ao contrário das outras pessoas, Freud procurava abrir os olhos e enxergar o mal que seu pai lhe fizera.
Freud continua tratando da paciente Cecily, que fora antes de Breuer. Abolindo o método hipnótico por opção da própria paciente, Freud a leva a muitas lembranças através da livre associação, em estado plenamente consciente. Cecily fala de seus sonhos e fatos da sua vida, e Freud desvendando, certifica-se que pode chegar ao inconsciente mesmo com o paciente em estado consciente. Em meio a fantasias, que eram a verdade do paciente, criando situações que pareciam reais, por exemplo, quando disse ter sido molestada pelo pai na sua infância. Freud procurava buscar em que ponto da infância daquela jovem o trauma ocorreu. Cada vez mais, Freud via um recalque na infância, novamente, um problema de repressão sexual vindo da tenra idade da paciente. Antes mesmo de iniciar a fase do seu período da descoberta da sexualidade. E sua teoria, poderia realmente ir para o lixo? A criança, até aquele momento era pura , sem perversão?
O Mestre, volta a pensar em sua infância. O que causou o surto em frente ao cemitério. O sonho que vê a figura da sua mãe que o deixou sozinho para ir dormir com seu pai. Sentiu ciúmes, queria a mãe ali e não com o pai. Veio a culpa por achar que desonrou seu pai .
Quando pensar em desistir de tudo, sua esposa lhe lembra de uma frase escrita em seus cadernos de estudo universitário:
"O progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando equilíbrio. É uma série de erros... De erro em erro acaba-se descobrindo a verdade.O falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo". Descobre que no universo da fantasia pode estar a realidade. Quando a jovem dizia que o pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu próprio pai. Uma fantasia transportada para a fase adulta, que não sendo trabalhada, tornou-se um recalque.
Freud continua a falar, dizendo que a criança tem um desejo, a mãe, e tem um concorrente, o pai. A criança se vê de frente com um rival, o desejo da criança passa a ser reprimido se transformando em ódio e amor.
Cada ser humano tem esse desafio, de se confrontar com o seu complexo e de supera-lo. Se conseguir superar se torna um ser humano completo, se não se tornará um neurótico, fadado a vagar pela vida inteira, cego e sem um lar.
A psicanálise revelou o inconsciente do homem e como ela o iluminou... Sigmund Freud revelou outra parte da nossa mente - O funcionamento em segredo - que pode até mesmo controlar nossas vidas.
obs: Filme completo no youtube, vale muito a pena ver.
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FSantanna.