sexta-feira, 16 de maio de 2014

PLANO CONTRA ROUBO da Police de Interior da França

PLANO CONTRA ROUBO

O ministro do Interior, Manuel Valls, lançou um plano para lutar contra assaltos e roubos. O quartel-general da polícia é parte dessa luta que já leva ativo por vários meses. Explicações.
Plano contra o roubo de casa
Em 2012, a polícia registrou 352-600 assaltos a nível nacional, incluindo 234 mil contra o diretor ou residências secundárias e 60.000 contra o industrial, comercial ou financeira. No mesmo ano, foram notificados 5.321 roubos.
Se é uma preocupação central do Ministério do Interior, a luta contra o roubo também continua sendo uma das prioridades do prefeito da polícia.
Tal como foi reiterado pelo Prefeito da Polícia Bernard Boucault, no Conselho de Paris de 22 de Abril, o novo plano de ação implementado pela proximidade Direcção de Segurança da aglomeração Paris (DSPAP) e entrou em vigor em início de Março, aplica-se a Paris e todos os departamentos do primeiro anel, com variações locais, dependendo das metas e prioridades estabelecidas para cada departamento.
Neste contexto, a sede da polícia na primavera passada lançou uma nova campanha de comunicação sobre  bons reflexos e boas práticas para ser contra roubo  caiu como folhetos e cartazes.
A análise dos dispositivos passado mostra que para lutar eficazmente contra roubo, ações devem ser em três níveis, uma complementares e indissociáveis:
  • prevenção
  • segurança operacional e
  • monitoramento judicial.
Assim, o plano é baseado em três objetivos: o aumento do uso de vídeo-vigilância e prevenção remédio, a melhor utilização do espaço público, apoiando a ação legal e da polícia técnica e científica.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Polícia constrangida

12 de maio de 2014 
 
O Estado de S.Paulo
Está em curso no País uma perigosa inversão de valores na área de segurança pública. A polícia, a quem cabe a manutenção da ordem e a repressão ao crime, tem sido tratada por formadores de opinião cada vez mais como uma entidade truculenta e criminosa, responsável pela violência contra inocentes. Essa percepção poupa os delinquentes reais, isto é, aqueles que de fato agridem a sociedade, enquanto os policiais são submetidos a diversas formas de constrangimento a seu trabalho, muito além do que determinam as leis e os manuais de conduta.

Tome-se o exemplo mais recente, a morte do bailarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, no morro Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro. Douglas provavelmente foi vítima de tiroteio entre policiais e traficantes no local. Mesmo antes de saber exatamente de onde partiu o tiro que o matou, moradores e familiares imediatamente atribuíram o crime à polícia - a mãe do rapaz chegou a dizer que ele foi torturado por policiais. Foi a senha para protestos contra a polícia, que incluíram faixas nas quais se lia "Fora, UPP" e "UPP assassina", referência às Unidades de Polícia Pacificadora, eixo da política de segurança pública no Rio.

É compreensível que, sob forte emoção, os familiares de Douglas tenham hostilizado aqueles que lhes pareceram culpados pelo crime.

No entanto, o que se viu no Rio foi a exploração grosseira da tragédia por parte dos que pretendem enfraquecer a luta do Estado contra os narcotraficantes que há décadas dominam os morros e as favelas do Rio.

Não é por outra razão, aliás, que os famigerados black blocs, contumazes baderneiros, engrossaram as manifestações. Para essa turma, lei e ordem são instrumentos de "dominação burguesa". São os sócios perfeitos da bandidagem.

Como sabe todo cidadão amante da paz social, a vida piorou nas grandes capitais brasileiras desde que esses ativistas resolveram impor sua vontade sem qualquer consideração pelos interesses coletivos, paralisando ruas e avenidas, quebrando vidraças de lojas e de agências bancárias e incendiando carros e ônibus - tudo em nome de suas utopias totalitárias.

Quando foi acionada para fazer o que dela se espera, em alguns casos a polícia cometeu alguns equívocos reprováveis, como o uso exagerado da força. Embora tenham sido pontuais, esses problemas se transformaram imediatamente em senha para que se tentasse desmoralizar todo o trabalho policial, transformando os agentes da lei em inimigos, causando embaraços ao poder público e deixando o caminho livre para a baderna travestida de "movimento social".

Formou-se então uma aliança de conveniência entre o ativismo irresponsável e o crime organizado - que ademais nadam de braçada graças a um discurso acadêmico e político irresponsável que romantiza a afronta ao Estado e que qualifica a repressão policial, por princípio, como um ataque aos pobres e à democracia.

É evidente que se deve questionar a eficácia das UPPs como política de segurança pública, em razão da reincidência da violência nos últimos tempos, assim como se deve criticar duramente a truculência policial nas ruas de São Paulo, não só durante manifestações, mas, principalmente, no dia a dia da cidade.

O descontentamento da população com o trabalho da polícia, em especial quando demonstra seu despreparo para atuar sob pressão, é legítimo e deve servir como incentivo para que o Estado reforme e aperfeiçoe a corporação. Faltam, por exemplo, instrumentos mais eficientes de controle da letalidade policial no Brasil, uma das mais altas do mundo.

Isso nada tem a ver, porém, com o exagerado descrédito das forças de segurança pública. Perguntar a quem interessa alimentar essa imagem da polícia é ocioso.

Certamente não é ao cidadão comum, que espera sair para o trabalho e voltar para casa sem ser molestado por assaltantes, assassinos e traficantes ou bloqueado por ativistas fascistoides que sequestram o espaço público e se nutrem do caos.

fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,policia-constrangida,1165459,0.htm

terça-feira, 6 de maio de 2014

Especialista fala sobre a mente dos criminosos

A analista criminal virou aliada da polícia e da Justiça na resolução de casos considerados complexos.

Desde que se interessou a estudar o que se passa na mente de assassinos, Ilana Casoy começou a acompanhar casos de grande repercussão no país, como os crimes do casal Richthofen e da menina Isabela Nardoni. Dona de um currículo invejável, a analista criminal virou aliada da polícia e da Justiça na resolução de casos considerados complexos.

Autora de quatro livros, Ilana se tornou uma das mais importantes autoridades no assunto. Em abril último ela esteve em João Pessoa e conversou com a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA. Em quase uma hora de conversa, na cobertura do hotel onde ela ficou, no Cabo Branco, Ilana disse que qualquer pessoa pode cometer um assassinato, contou detalhes dos casos que acompanhou e revelou que, mesmo depois de tantos casos, ainda perde o sono toda vez que conversa com um homicida. A entrevista completa você acompanha abaixo.



JORNAL DA PARAÍBA - Qualquer pessoa é capaz de matar?

Ilana: Sim, qualquer um pode cometer um assassinato, o que vai variar é o motivo. Por isso existe a tese da legítima defesa.

JP: Você já teve medo de ficar frente a frente com um homicida?

Ilana: Eu tremo sempre, não porque ele é um assassino, mas porque é uma situação ímpar, você está dentro de uma penitenciária, que é precária. Apesar disso não temo pela minha segurança, mas como conduzir a conversa. Tenho muito respeito por qualquer pessoa, não importa se ela matou. Eu quero ouvir e analisar várias partes de sua vida. Não quero saber do crime, porque isso está no jornal, no processo. Eu sempre tremo porque será sempre a primeira vez com aquele assassino.


JP: Em algum momento se comoveu com algum assassino?

Ilana: Todos me comovem. Quando a gente vê na televisão, a gente só vê o crime, o monstro. Mas quando passo horas conversando vejo a pessoa por trás do crime. A pessoa não é só isso, o crime é um recorte da vida dela. O assassino tem mãe, pai, tem uma família e também desgraças. Não que a história triste dele vá justificar o ato que cometeu, não é isso, mas há uma coerência entre a história e o resultado. Dificilmente alguém que provoca esse resultado tem uma história maravilhosa.

JP: Então podemos dizer que crianças e adolescentes que vivem em situação de miséria, em um lar desestruturado, estão mais propensos a cometer crimes no futuro?

Ilana: Não podemos dizer isso. Quando a pessoa já matou, você encontra esses fatores com muita facilidade: família desestruturada, miséria (nem sempre), etc. Contudo, isso não vai predizer um comportamento futuro. Temos pessoas que sofreram abandono, negligência, abuso sexual e maus tratos e que vão usar toda essa energia para o bem. Vale de trás para frente, mas não o contrário.

JP: Aqui na Paraíba temos um montante considerável de inquéritos não concluídos, problema muitas vezes atribuído a perícias mal feitas. Como você analisa essa situação?

Ilana: Vejo falhas não só na perícia, mas no sistema de Justiça. O Brasil é um dos países com os menores índices de solução de casos de homicídios, algo em torno de 10% a 12%. Na Inglaterra esse índice chega a 90%; nos Estados Unidos a 70%.

JP: Outra situação recorrente é a não preservação do local do crime. Como isso interfere na investigação?

Ilana: Esse é um dos pontos de falha, mas não é o único. A dificuldade de comunicação entre as polícias, perícia, Ministério Público, médicos legistas, juízes, advogados de defesa, psicólogos e psiquiatras é outro grande problema. Quando o caso é de grande repercussão essas partes conversam entre si e os resultados são mais eficientes, mas a regra não é essa.

JP: Você acompanhou os crimes dos Richthofen e de Isabela Nardoni. O que mais tocou você nesses casos?

Ilana: Olha, no caso Richthofen eu estava dentro da perícia, no caso Nardoni eu acompanhei pela promotoria, já na segunda fase do processo. Tudo me marcou, cada dia é diferente, não tem como eleger um momento específico, porque tudo é muito difícil.

JP: E por que esses dois casos viraram livros?

Ilana: Eu queria contar um júri, mas não tinha nada definido. Quando eu entrei no caso Richthofen imaginava que falaria sobre o júri, mas isso acabou não acontecendo. O júri de Suzane e dos irmãos Cravinhos não era bom para contar em um livro, não era bom para a literatura. 
Quando surgiu o caso Nardoni, eu pedi ao juiz para ler o processo. Passei dez dias lendo os volumes e tive convicção de que tinha sido o casal. A decisão que seria um livro veio no final de tudo.

JP: No caso Nardoni tivemos o pai e a madrasta que mataram a menina inocente, em 2008. Agora temos outro crime semelhante: do garoto Bernardo, cuja suspeita de sua morte recaiu sobre o pai e a madrasta também. Como você analisa esses casos de família?

Ilana: Na maioria dos casos de assassinatos de crianças, os primeiros suspeitos são mesmo os pais, e existe, estatisticamente, uma lógica nesse pensamento, mas é necessária a investigação. Infelizmente as crianças são agredidas principalmente dentro de casa, pela família. Esses casos ocorrem toda semana, mas apenas alguns ganham notoriedade, e eu não sei explicar isso. Às vezes falta pauta na redação e os jornalistas passam a acompanhar determinado crime, sei lá. O que sei é que os casos de família são impressionantes e causam mal-estar. São pessoas que supostamente amariam e protegeriam as crianças.

JP: A Paraíba teve nos últimos anos dois crimes de muita comoção: a chacina do Rangel, na qual sete pessoas da mesma família foram mortas pelos vizinhos a golpes de facão, e o caso do estuprador do Geisel (no qual um homem foi reconhecido por mais de 25 vítimas). Os autores desses crimes estão presos e têm comportamento exemplar, segundo a Administração Penitenciária. Podemos acreditar na mudança deles?

Ilana: Essa história todo mundo conhece. Eles são super bem comportados, é uma característica desses criminosos. Eles sabem ficar longe de problemas, têm discernimento. São manipuladores, portanto, não vão se colocar em risco lá dentro. Os criminosos mais graves, que não são doentes mentais, tendem a ser os que melhor se comportam nos presídios.

JP: E os crimes passionais, são mais fáceis de entender?

Ilana: É uma condição do momento. Não aguento a pessoa viva, nem morta. Mas a morte, nesse caso, não separa, é mais forte que um casamento, pois no crime passional os nomes dessas duas pessoas ficarão unidos para sempre.

JP: E a imprensa, ajuda ou atrapalha na investigação?

Ilana: A imprensa precisa entender a responsabilidade que tem. Acho que nenhum jornalista faz por mal, mas tem que ter essa preocupação. Acho que a imprensa e a polícia poderiam se entender melhor. É preciso encontrar o equilíbrio nessa relação.

Ilana Casoy é autora dos livros: Serial Killer: louco ou cruel?, Serial Killer made in Brasil, O Quinto Mandamento e A prova é a testemunha.

fonte:http://www.jornaldaparaiba.com.br/noticia/125817_especialista-fala-sobre-a-mente-dos-criminosos